![]() |
Aprenda a precificar produtos feitos à mão com consciência e lucro. |
Colocar preço em algo que você criou com as próprias mãos não é só uma questão matemática, é também emocional. Muitos artesãos sentem insegurança na hora de precificar: será que estou cobrando demais? Será que estou me desvalorizando?
A verdade é que precificar corretamente é um dos pilares para manter seu ateliê saudável, sustentável e lucrativo. E não precisa ser complicado. Com um método simples e consciente, você pode calcular o valor justo dos seus produtos, garantir seu lucro e ainda transmitir profissionalismo ao cliente.
Neste artigo, você vai aprender como transformar seus custos em preços com segurança, sem fórmulas mirabolantes, sem depender de comparações com concorrentes. Vamos juntas valorizar o seu trabalho como ele merece.
Índice
- Por que a precificação é tão importante?
- Os 3 pilares da precificação artesanal
- Fórmula prática para calcular o preço
- Erros comuns na hora de precificar
- Ferramentas simples para ajudar
- Conclusão
Por que a precificação é tão importante?
Precificar bem não é só sobre ganhar dinheiro, é sobre garantir que seu negócio artesanal seja viável, sustentável e respeitado. Quando você cobra o valor certo, está dizendo ao mundo que seu tempo, sua técnica e sua criatividade têm valor.
- Evita prejuízos silenciosos: muitos artesãos vendem sem saber se estão cobrindo os custos.
- Gera segurança na hora de vender: quando você sabe que o preço está certo, negocia com mais confiança.
- Valoriza o trabalho artesanal: cobrar corretamente educa o cliente sobre o valor do feito à mão.
- Ajuda no planejamento financeiro: com preços bem definidos, fica mais fácil prever ganhos e organizar metas.
Os 3 pilares da precificação artesanal
Para definir um preço justo e sustentável, você precisa considerar três elementos essenciais. Ignorar qualquer um deles pode comprometer seu lucro, ou até te fazer pagar para trabalhar.
1. Custos diretos
- Matéria-prima (tecido, linha, madeira, argila…)
- Embalagem (sacos, caixas, etiquetas)
- Componentes extras (zíper, cola, botões)
2. Seu tempo
Mesmo que você goste de fazer, é trabalho, e merece ser remunerado.
3. Margem de lucro
Além de saber os custos diretos e o valor do seu tempo, você precisa considerar uma margem de lucro.
💡 Dica: Uma margem entre 20% e 40% é comum no artesanato, mas pode variar conforme o tipo de produto e mercado.
Fórmula prática para calcular o preço
Agora que você conhece os pilares da precificação, vamos aplicar tudo isso em uma fórmula simples e funcional, perfeita para usar no caderno ou até numa planilha básica.
Use esta fórmula simples: Preço de venda = (Materiais + Mão de obra) + Despesas fixas + Margem de lucro
Exemplo: Tiara artesanal
1. Comece listando os custos:
- Tecido: R$ 4,00
- Fita: R$ 2,00
- Linha: R$ 0,50
- Embalagem: R$ 1,00
Total de materiais: R$ 7,50
Mão de obra: 1h × R$ 15,00 = R$ 15,00
Despesas fixas: Energia, transporte, etc. = R$ 2,00
2. Some todos os custos:
7,50 + 15,00 + 2,00 = R$ 24,50
3. Calcule a margem de lucro:
Neste exemplo, usaremos uma margem de lucro de 30% a ser calculada sobre os custos.
24,50 × 30% = R$ 7,35
4. Preço final sugerido:
Some o custo total + Margem de lucro desejada para encontrar o preço de venda:
24,50 + 7,35 = R$ 31,85
Neste exemplo, o valor sugerido de venda da tiara é R$ 31,85.Erros comuns na hora de precificar
Mesmo com boas intenções, muitos artesãos acabam cometendo deslizes que comprometem o lucro, ou até a continuidade do negócio. Saber quais são esses erros é o primeiro passo para evitá-los.
- Ignorar o tempo de produção
Você pode até amar o que faz, mas seu tempo tem valor. Deixar de calcular a mão de obra é como trabalhar de graça. - Copiar preços de concorrentes
Cada ateliê tem custos diferentes. Copiar o preço do vizinho pode te colocar no prejuízo, ou te fazer parecer caro sem razão. - Não incluir custos invisíveis
Deslocamento, embalagem, energia, ferramentas… tudo isso impacta o custo real. Se não estiver no cálculo, o lucro será ilusório. - Descontar sem estratégia
Dar desconto só para “fechar a venda” pode corroer sua margem. Tenha critérios claros e ofereça benefícios com propósito. - Não revisar os preços com o tempo
Os custos mudam, o mercado muda, e seu valor também. Reavalie seus preços periodicamente para manter a saúde financeira.
Ferramentas simples para ajudar
Você não precisa de softwares caros ou planilhas complicadas para precificar bem. Com ferramentas acessíveis, e até manuais, é possível manter o controle e tomar decisões com segurança.
1. Caderno de precificação
- Nome do produto
- Lista de materiais e valores
- Tempo de produção
- Cálculo de despesas e margem
- Preço final sugerido
💡 Dica: Use cores diferentes para destacar lucro, custo e tempo.
2. Planilhas simples
Se você já usa o computador, uma planilha no Excel ou Google Sheets pode automatizar os cálculos. Basta montar uma fórmula com os campos que vimos na seção anterior.
3. Apps de gestão artesanal
Alguns aplicativos como Tecydo, Apreço ou até Trello adaptado podem ajudar a organizar custos e produção, mas o bom e velho caderno continua sendo um aliado poderoso.
Conclusão
Precificar seus produtos com consciência é mais do que uma tarefa financeira: é um ato de valorização. Quando você entende seus custos, reconhece o valor do seu tempo e inclui uma margem justa, você transforma seu ateliê em um negócio sustentável e respeitado.
Se você ainda não viu nosso artigo sobre controle financeiro à moda antiga, vale a leitura para entender como organizar suas finanças com caderno e calculadora.
Quer continuar evoluindo na gestão do seu ateliê? Em breve vamos publicar o próximo artigo da série: Fluxo de Caixa para Artesãos, um guia simples para acompanhar entradas, saídas e manter tudo sob controle.
Seu trabalho tem valor. Seu tempo tem valor. E agora, seu preço também.
إرسال تعليق
Quer falar com a gente? Comente aqui!